Chego ao fim o mês de agosto com a sensação de que esse foi um dos mais agradáveis de me lembro. Agosto é sempre um mês carregado. É o período mais famoso pelas características difíceis da estiagem de Brasília.
Mas esse agosto foi diferente pra mim. Apesar de ter o cinza como cor principal, em 2015, o meu agosto ficou mais amarelo. É que surgiu a margarida amarela em minha vida.
O início do ano, ainda em janeiro, eu passava por uma transição, por mudanças na rotina. Defini um objetivo para marcar essa fase. Decidi que plantaria margaridas.
A primeira tarefa da empreitada foi conseguir as mudinhas e peguei com uma amiga, uns exemplares da margarida branca, conhecida como bem-me-quer ou malmequer. Florzinha que lembra infância. Quem nunca tirou a prova do seu de amor juvenil despetalando-as ansiosamente? Realmente me alegra vê-las surgir tão brancas, tão alvas no meio de suas folhas verde escuras. Parece que estou falando da primavera? Pois vivi a experiência mais forte com as margaridas em agosto.
Ah, o agosto!! Mês que se exige muita água. E para usá-la nas plantinhas tivemos que economizar em casa. Reaproveitar a água da máquina de lavar. Evitar lavar a casa e a área, mas valeu a pena. Valeu as pétalas. Reduzimos a conta e recebemos muitas pétalas.
Poucas pétalas brancas é verdade. Não quero mais testar o bem-me-quer, melhor vê-las balançando ao ritmo dos ventos agostinos.
Ah, o agosto!! O agosto de muitas pétalas amarelas. E eu que planejava plantar margaridas, jamais as imaginei tão amarelas. Olho do mundo, assim são conhecidas as margaridas amarelas, Suzana dos olhos negros, que me olham e que olho diariamente.
Ah, as margaridas em agosto!! Elas nasceram de um sonho e sementes de janeiro, de mudinhas de março, com elas os longos dias do longo mês ganharam um motivação única. Acompanhar e apreciar cada movimento de cada florzinha fez da minha vida muito mais bela, muito mais amarela.
Esperei por 50.
50 nasceram.
Contei 43 anos de nascida
Contei noventa floridas.
Esperei por 100.
100 nasceram.
Amarelas, as margaridas.
Agosto no DF fica quase parecido com o sertão do Piauí. Se é assim, o cacto piauense floriu.
Cacto Coroa de Frade
Em agosto, nossas árvores secas, completando o ciclo da vida.
Mais flores para agosto
A quaresmeira. Presente de agosto.
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